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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2010

Dias de Vida e de Morte...

A Vida é injusta... Foste um Homem marcante. Quem contigo lidou, com alguma marca ficou. Sempre tiveste o Dom da palavra, e muita gente assim se deixou seduzir, fossem amigos ou mulheres, pelo teu charme e eloquência das palavras. Fiel, somente à tua necessidade de Liberdade. Quis a vida roubar-te do teu bem mais precioso e aprisionar-te num leito, à mercê dos cuidados dos outros. Sozinho nunca ficaste, pois muitos amigos te visitaram, e houve sempre alguém a teu lado todos os dias e noites. Mas muito sozinho te devias sentir, pois o teu sofrimento é sofrido em silêncio. A vida roubou-te a liberdade de movimentos e de expressão, pois por cada palavra dita, era um esforço enorme que te deixavam extenuado. Mas a vida jamais te roubará o teu espírito, o teu espírito eternamente jovem, com "vinte e dois anos e um porradão de meses", como tu tantas vezes dizias. O teu espírito permanecerá eternamente jovem e livre. Lamento que o nosso orgulho nos...

Dias em atraso... 8 de Maio 2010

Alcácer do Sal, Sábado, 8 de Maio, Passei mais tempo contigo estes dois meses, do que provavelmente nos meus trinta e cinco anos de vida. Não imagino como te sentes!!! Não imagino o que sentes quando cuidam de ti, do teu corpo, quando te damos de comer á boca?... Não sei se sentes revolta ou se sentes saudades de fazer tudo sozinho. Sei que não te sentes confortável por depender em tudo de terceiros, mas também nunca o demonstraste, nunca disseste uma palavra de desagrado a quem cuida de ti. Mas muita tristeza deves sentir e isso, vê-se no teu olhar. O teu olhar, outrora matreiro, perspicaz, divertido, e agora resignado, triste, por vezes ausente, por vezes incógnito... Hoje dormes! Com mais dificuldade em respirar do que em dias anteriores, mas ao contrário de ontem, que não pregaste o olho, estás a descansar. Estás mais prostrado, pouco ou nada comeste ao longo do dia. Deveria ter ido para casa ontem, mas algo me fez ficar. Vou de manhã, e depois volto daqui a dois, três dias. Quand...

Dias em atraso... 1 de Maio 2010

Alcácer do Sal, Sábado, 1 de Maio, 15horas Mais uma noite em branco! Não fechaste os olhos nem cinco minutos, e eu vencida pelo cansaço, ainda dormitei entre as seis e meia e as oito... Mas tu não!!! Passaste a noite entretido a desfazer uma bola de borracha com os dentes, não sei se com raiva, ou por não teres nada mais com que te entreter. De vez em quando, olhavas para a televisão durante muito tempo; fico na dúvida se a veres realmente alguma coisa, ou simplesmente a olhar, ou a pensar na situação em que te encontras...? Fico na dúvida... Quando te perguntava se precisavas de algo, negaste sempre, excepto uma vez, que me pediste um beijo... Dei-te muitos e tu a mim. São estes momentos que me dão força para continuar, estes, e quando chego e tu me brindas com um sorriso rasgado, lindo, e um ar de felicidade. Não dou as noites como perdidas, mas sim como ganhas junto de ti! Só tenho pena que não durmas para descansar, mas sei que a noite te assusta! E aproveitas...

Dias em atraso... 29 de Abril 2010

Na ausência das novas tecnologias, escrevi alguns post's manualmente, que só agora ganhei coragem para transcrever, com as respectivas datas. Alcácer do Sal, Quinta-feira, 29 Abril Ontem, percorri a longa viagem com o coração apertado, sem saber como te iria encontra r, passados alguns dias de te ter deixado. Felicitaste-me na chegada com um sorriso e um "Olá minha querida!", que debilmente pronunciaste, mas que me encheram o coração. Passámos a noite em claro! Estiveste calmo, mas desperto, com força para algumas palavras e até para brincar! Mas dormir ou fechar os olhos, nada! Nem tu, nem eu! Ainda me gozaste, com o susto que me pregaste ao atirar-me com uma bola que tinhas na mão. Depois do Sol nascer, começaste a bocejar e a fechar os olhos por momentos, mas sempre contra o sono a lutar. A Noite intimida os enfermos, já assisti a este medo centenas de vezes. Medo de não voltar a acordar. Medo de partir durante a calada da noite, e de ...

Letra de "Balançar"

Balançar Mafalda Veiga Pedes-me um tempo, para balanço de vida. Mas eu sou de letras, não me sei dividir. Para mim um balanço é mesmo balançar, balançar até dar balanço e sair... Pedes-me um sonho, para fazer de chão. Mas eu desses não tenho, só dos de voar. Agarras a minha mão com a tua mão e prendes-me a dizer que me estás a salvar. De quê? De viver o perigo. De quê? De rasgar o peito. Com o quê? De morrer, mas de que paixão? De quê? Se o que mata mais é não ver o que a noite esconde e não ter nem sentir o vento ardente a soprar o coração... Pedes o mundo dentro das mãos fechadas e o que cabe é pouco mas é tudo o que tens. Esqueces que às vezes, quando falha o chão, o salto é sem rede e tens de abrir as mãos. Pedes-me um sonho para juntar os pedaços mas nem tudo o que parte se volta a colar. E agarras a minha mão com a tua mão e prendes-me e dizes-me para te salvar. De quê? De viver o perigo. De quê? De rasgar o peito. Com o quê? De morrer, mas de que paixão? De quê? Se o que mata ma...